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Cascais dá voz aos jovens!

A 2ª Assembleia de Delegados de Turma do Ensino Secundário Público e Privado, este ano sob o tema da “Educação e Empregabilidade”, está a decorrer, até à próxima sexta-feira, 23 de março, nas várias escolas do concelho. Os representantes dos alunos têm, assim, a oportunidade de questionar diretamente o Executivo Municipal presente nos fóruns sobre os temas em discussão.
“ Os jovens têm sempre liderado movimentos transformadores ao longo da História, mas para isso é necessário que nenhum de vocês fique acomodado na sua zona de conforto e participem com atos de cidadania ativa, com elevados níveis de tolerância, de solidariedade e em especial de exigência”, assim se dirigiu Carlos Carreiras à assembleia de delegados de turma. “ Nunca deixem de ser exigentes com o vosso presidente de Câmara”, apelou o autarca.  

Maria Madalena Máximo, porta-voz do Colégio Amor de Deus, deu início ao período de perguntas e respostas, começando por lançar o tema da mobilidade, bastante debatido durante a manhã: “ Para quando transportes gratuitos para todos os jovens?”, questionou. 

Carlos Carreiras adiantou que a mobilidade é um dos principais problemas das cidades e também em Cascais. Explicou ainda que, com a criação da Autoridade Municipal de Transportes, o município está assim na linha da frente para poder tomar um conjunto de medidas nesta matéria. “ Os transportes rodoviários no concelho são já gratuitos para os menores de 12 anos, mas a tendência é alargar, progressivamente, a gratuitidade até aos 23 anos”, garantiu o presidente.

Patrícia Couto, porta-voz da Escola Básica e Secundária de Carcavelos, lançou o tema da empregabilidade propriamente dito e questionou o Executivo sobre os incentivos ao emprego jovem, em outras áreas que não seja só a Economia (programa que já frequenta).

O presidente da Câmara de Cascais adiantou que Cascais é o primeiro município português a criar um departamento só para a empregabilidade, com enfoque especial no fomento do emprego jovem. “O desemprego jovem é preocupante no país, acima do dobro da média geral”, referiu Carlos Carreiras, acrescentando que, ainda assim, em Cascais, a taxa de desemprego jovem é menor que a média do país: “ São neste momento 494 jovens até aos 24 anos inscritos no centro de emprego, talento que se está a desperdiçar. Por isso, o autarca lembrou que “há uma série de programas municipais para captação de emprego e talento que se está a desenvolver no concelho”.

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Mariana Ezequiel, porta-voz da Escola Fernando Lopes Graça, apontou a necessidade de dar formação aos funcionários das escolas, quer em socorrismo, como em informática e mesmo a nível de relacionamento com os alunos. Carlos Carreiras explicou que por via da delegação de competências assumida perante o governo, entraram nos quadros da Câmara Municipal mais de 500 pessoas, pelo que a principal preocupação foi a integração desses colaboradores e a contratação de outros em falta. “Certamente, iremos desenvolver planos de formação, após a aprovação da Carta Educativa que está prestes a acontecer e que é um documento elaborado com toda a comunidade”, referiu Carlos Carreiras.

Pedro Coelho, Porta-voz do Colégio Maristas de Carcavelos, trouxe novamente à assembleia o tema da mobilidade, desta vez a necessidade de existência de ciclovias mais seguras e a resolução do problema do congestionamento de trafego à porta das escolas, em períodos de ponta.

O vereador Frederico Pinho de Almeida referiu que uma solução para resolver esse congestionamento é o desfasamento dos horários escolares para que as entradas e saídas não se concentrassem todos no mesmo período do dia. Mas, adiantou, ainda, que esse problema passa por os jovens usarem mais o transporte público e mudar certos comportamentos dos próprios pais que muitas vezes estacionam os carros sem qualquer preocupação com o trânsito.

Mas, o presidente da Câmara reconheceu também que isso terá que passar um aumento dos circuitos e da frequência dos transportes rodoviários e pela utilização, já em estudo, de uma app que permita receber nos smartphones o circuito em tempo real e horários de uma carreira e a sua ligação a outros meios de transporte.

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Muitas outras questões foram levadas a discussão pelos representantes das escolas, nomeadamente a excessiva carga horária que teve a concordância do vereador da Educação Frederico Pinho de Almeida: “Não é admissível que haja alunos que passem mais tempo na escola que os pais no trabalho”, concordou o vereador, acrescentando que ser “necessário repensar a carga horária dos tempos letivos e dar mais tempo às artes, ao desporto e a outras áreas extracurriculares”. Mas, como reconheceu, “essa é uma competência do governo e não do município”. PL